segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Sobre "Ser" Humano

O que acontece com você acontece também comigo.
Pode ser de outras formas, em outro tempo ou o que seja.
Mas acontece. 
Não é privilégio seu sofrer, amar ou estar doente.
Em algum aspecto da vida isso é natural até a toda existência humana, animal e vegetal.

Uma planta nasce, cresce, pode até dar frutos mas um dia ela morre ou uma chuva muito forte a derruba. 

Assim, seu cachorro, gato ou até mãe ou namorado.
Um dia eles vem, se aproximam e podem ficar ou ir embora. Podem ir e depois voltar ou podem ser pegos de surpresa pelo apagar da vela.

Existem explicações pra isso.
Passamos por mudanças biofísiológicas
Também psicológicas e sociais
Somos um TODO
Corpo, mente e ambiente
São unidades constituintes do ser.
Mas tais movimentos aleatórios do tempo e da existência ocasionam movimentos emocionais.

É a tristeza de uma perda
A alegria de um nascimento
A raiva por não ser compreendido
Ou o medo do abandono, da solidão
Pode ser também amor por alguém

Todas essas emoções
Raiva, medo, tristeza, alegria e amor
São aspectos constituintes de nossa existência.
Tais emoções tem em sua base uma função biológica de defesa e nutrição do corpo, bem como possui a função de enviar ao cérebro informações a respeito de sua percepção do mundo e prepará-lo para a tomada de decisão. 

Não menos importante,  as emoções tem função psicológica e social no sentido de que reproduz comportamentos decorrentes da interação indivíduo e meio.

Então,  dessa forma, se o que acontece com você aconteceu ou pode acontecer comigo...porque fazemos questão de nos diferenciarmos?

Não faz sentido!!!


domingo, 25 de dezembro de 2016

Pseudo verdade

Todo ser humano
Deveria ser livre
Para decidir
Embora esteja previsto na constituição
Nãos nos dão o direito

Existe uma falsa noção de verdade sendo veiculada
E é dominante, massiva e mordaz
Sobra para o que não pode com suas mãos apenas...
Seguir

Burocracia
Imposto
Corrupção
Impunidade
O que mais?
É o fim...

Não há sobras
Todas as verdades foram extorquidas
E estas não eram um todo
Apenas uma representação da verdade
Música, poesia, livros, contos e causos
Percepções
Únicas
Porém,
Voláteis



segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Definindo desapego


Se algo me falta
Corro pro abraço do que me faz bem
Como notas e pautas no papel.
Que me preenchem, permitem encontrar-me.
Talvez seja esse o sentido
Encontrar a si mesma e sentir-se segura.
Pois tudo esvai-se...
Pais, filhos, amigos e amores
Nada é eterno.
A não ser as lembranças.
Mas até dessas me desfiz.
Não há porque ocupar espaço no meu hd mental.
Assim me sobraria pouco pro agora.
Hoje me deleito em versos e poemas que me desconectam, me desconsertam...
Me propõe algo mais.
Cansada do óbvio.  Do mesmo.
Mudo de cidade, de residencia,
Mudo os móveis de lugar...
Ás vezes me mudo de mim mesma.
Desapegada, sim. 
Desinteressada, nunca!

domingo, 27 de novembro de 2016

Flamenco

Um dia perfeito
Para ficar bem
Dançar a luz da lua
Soltar-se do mundo
Flutuar os pés
Sem hesitar

Em órbita constante
A desviar-me
De mim mesma
Do mundo
E do que dizem sobre a vida
Não me importa 

A hora é agora
Apague a luz
Solte-se superego
Venha a contemplar
O fogo da vida
Suprimido em seu corpo

É um dia perfeito
Mas você 
Prefere ter razão
Sendo que esta
Nunca foi o teu melhor

Perca-se 
Liberte-se do medo
É hora de ser feliz

Todo momento
Você para e pensa
Que não consegue

Recuar
Não te leva a nada
Ajuste-se às tuas figuras
Elabore e contemple
O som das castanholas

Dance
Descenda Espanhola
Flamenco em tuas notas
Pulsar inebriante

Dance
É chegado o dia
De mudar de ideia
E dizer adeus à tudo

A tudo...

Como era antes!





terça-feira, 22 de novembro de 2016

Vontade incessante


Sobre o existir...
Nada nesta sociedade é natural
Todas as formas de vida antigas foram banalizadas
Hoje, conhecimento é sinônimo de inteligência
Beleza tem mais a ver com vitrines caras e perfeitas

Antes não era bem assim
Poderíamos viver de outra forma
Mas nós esquecemos de como fazê-lo
Nos escondemos diante dos nossos afazeres
Convidamos-nos constantemente à submissão das leis e regras impostas
Sem contestá-las

Seguimos distantes de nós mesmos
Bem longe do que seria natural
Contradição ainda é...
Culpar aqueles que contrariam as imposições
São os rebeldes, transgressores

Um pedido...
Voar!
Sob o céu límpido a esmiuçar minhas virtudes pelo mundo
Distante do solo, mas em volta de mim mesma
Quero me transportar daqui
Correr para onde o vento não sopre tão rápido

Sob o pulsar inebriante de um olhar misterioso
A observar meus passos em dias de sol
Praia, natureza e vida
Almejo...
Ressignificar os sentidos sobrepostos

Ainda que pareça loucura
Iria longe em busca de mim
Se assim preciso fosse
Quem sabe não é chegado a minha hora
De volta em busca do Eldorado!!

domingo, 30 de outubro de 2016

contato

Quando escrevo não me remeto a razão
Vontade nenhuma de ser positivista
Tento ser "essência cega"
Assim que chamo
Algo que forma-se ao acaso, pela existência
Como diriam os existencialistas

Meio poeta, meio ciência
Ora emoção, ora razão

Somos também determinados fortemente
Biologia, genética, cognição, interação
Definir as categorias
Variável importante

Escrever funciona
É homeostático
Deve-se ter congruência
Para isso...
Basta existir

Ser o que se quer
Sem esperar sentada
Só pra ver se vai dar certo

[...]

É tentar
Encontrar-se...
É contato!


em forma de poesia

Alguns vivem suas essências de forma prévia
Outros com tamanha intensidade
Prefiro o segundo
Não aprecio
Mente vazia, relegado ao nada
Senso de morte e perda da existência
Volto-me para o lado dos palhaços
Dos sem lenços, sem documentos
Que voam, vivem, fixam-se
Restituem-se
Sua configuração
Intencionalidade da consciência
Infinita de ser eu
De ser você
De sermos todos nós
Em corpo, mente e espírito
Essência vagante
Atras de algo
Que na existência revela-se

Essência pura

Sobre a liberdade que nos recai
Só tenho a pedir
Que se sustente por muito tempo
Vivo momentos absurdamente espontâneos
Como era antes...
Sem essência prévia
Apenas permitindo o vir a ser

Coisa boa essa
De olhar sem se ver
Apenas sendo
Essência pura
Se desvelando do acaso

E do acaso se faz o agora
Tão singelo como o moço da adaga
De certa forma existindo
Mantém controle e rispidez
Assim observando sua existência desmedida
Provocando-a
Dilacerando-a

Certos dias que vão em formas de letras fecundas
Paridas pelo som da noite
Em que entramos e saímos 
Destemidos e contentes
Ao som de um bom blues
Inconstantes, talvez
Mas congruentes

Temo me abster de uma lógica
Tento imprimir meu riso
Tão cedo, logo alcance
Somos dois em dias que vem e que vão
São incógnitas de uma só vida
Que tenderei a me lançar
Nua, destemida, voando sem razão
Apenas sendo
Essência cega
Asas quebrada de um pássaro
A tentar se consertar

Da esperança que me cerca
Vislumbro à mesa uma candeia
Sua luz a iluminar
Meus escritos em formas de versos
Que me ponho a recitar
Vou tentar bater as asas
Vai que um dia sigo o voo
Essa é hora de dizer...
Sou o que quiser ser!






quarta-feira, 26 de outubro de 2016

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Dualidade

                             

O ser é o mesmo ser que não é
A dualidade
Polaridades de um mesmo fenômeno
Peso e Medidas iguais
A ontologia dessa dialética
Se instala apelo acaso da experiência

Só há luz na ausência de escuridão
A beleza é ausência da feiura
Então, sob essa ótica existencial
A leveza é mesmo insustentável
Só há alguém quando não há vazio
E por essa imersão
Somos muitos sem nós mesmos

De que vale a angústia?
Só há doença se não houver saúde
Saúde mental é sinônimo de positividade
Mas ter esperança é também um ponto de vista
Só é positivo quem não é negativo
Mas são apenas polaridades

Eu escolho ser otimista
Otimismo não esse de pensar sem razão
É observar as incongruências de maneira natural
Vejo mesmo algo de fantástico nas contradições
Sou mesmo essência cega
Desapega muitas vezes
Outras percebo-me em letras e poesias
Meio desconexas, às vezes
Outras de pura intensidade 

Não me resta muito
Se não deleitar-me em dias de sol
Que se esvaem em meio à esse caos instalado
Política, religião, guerras, preconceitos
Nunca foram tão contraditórias
As ideologias impostas nunca foram tão descaradas
Hoje, só não enxerga quem não sabe ler
Então por isso... não seja incoerente!!!



segunda-feira, 4 de julho de 2016

Vigília

De mim faço duas
Presa em si mesma
Tendo a desligar-me

Coisa tola essa
Tão sensível por ora
Desapegada por vezes

Vejo-me a provocar
Em outros olhos uma sede

Ao que me entendo não sou eu
E sim curiosidade
Tão singelo momento

A leveza vem sem pressa
Transbordando doce mel
E não se importa com o tempo

Serei como a lua
Refletindo a luz
Sozinha a prostrar-se

Enquanto muitos adormecem
Se faz luz em algum lugar
Para que os tolos despertem

Acorda e vai
Que é chegado a tua hora...

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Triste fim!

Filhos do tempo e de todo seu mistério
Somos deuses perdidos em terra de ninguém
Por aqui resplandece o mesmo fogo que queimam acima das montanhas
Vejo o véu da esperança
Mas a cidade recai sombria aos nossos olhos
Enquanto isso o tempo passa devagar
Brotando sonhos e flores que nem lembrava que existiam
Entregues à sua mais elementar natureza
Atrás de rios e mares que nos levem à nós mesmos
Lá onde homens comuns não percorrem
Onde palavra alguma é necessária
Pois nessa fonte de vida, apenas alguns seres vivos se escondem
Senhor da bondade, da razão
Senhora da escrita e da fertilidade
Vida longa à teu viver
Grande é o livro do seu escrito
Vibrante é a energia que emanam
Vivaz sãos os sonhos que envolvem seus cortejos
Penso e sinto o propósito da vida
Sob os lampejos dos seus olhos que me invadem intimamente
Vale o tempo que não me vi passar
Com o arco da promessa
Desse azul sobre as estrelas
Pedidos que se pensou
E o destino se ocupou de dar
A essa história um final com jeito de começo
Mas sem final feliz!