O ser é o mesmo ser que não é
A dualidade
Polaridades de um mesmo fenômeno
Peso e Medidas iguais
A ontologia dessa dialética
Se instala apelo acaso da experiência
Só há luz na ausência de escuridão
A beleza é ausência da feiura
Então, sob essa ótica existencial
A leveza é mesmo insustentável
Só há alguém quando não há vazio
E por essa imersão
Somos muitos sem nós mesmos
De que vale a angústia?
Só há doença se não houver saúde
Saúde mental é sinônimo de positividade
Mas ter esperança é também um ponto de vista
Só é positivo quem não é negativo
Mas são apenas polaridades
Eu escolho ser otimista
Otimismo não esse de pensar sem razão
É observar as incongruências de maneira natural
Vejo mesmo algo de fantástico nas contradições
Sou mesmo essência cega
Desapega muitas vezes
Outras percebo-me em letras e poesias
Meio desconexas, às vezes
Outras de pura intensidade
Não me resta muito
Se não deleitar-me em dias de sol
Que se esvaem em meio à esse caos instalado
Política, religião, guerras, preconceitos
Nunca foram tão contraditórias
As ideologias impostas nunca foram tão descaradas
Hoje, só não enxerga quem não sabe ler
Então por isso... não seja incoerente!!!
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