domingo, 30 de outubro de 2016

Essência pura

Sobre a liberdade que nos recai
Só tenho a pedir
Que se sustente por muito tempo
Vivo momentos absurdamente espontâneos
Como era antes...
Sem essência prévia
Apenas permitindo o vir a ser

Coisa boa essa
De olhar sem se ver
Apenas sendo
Essência pura
Se desvelando do acaso

E do acaso se faz o agora
Tão singelo como o moço da adaga
De certa forma existindo
Mantém controle e rispidez
Assim observando sua existência desmedida
Provocando-a
Dilacerando-a

Certos dias que vão em formas de letras fecundas
Paridas pelo som da noite
Em que entramos e saímos 
Destemidos e contentes
Ao som de um bom blues
Inconstantes, talvez
Mas congruentes

Temo me abster de uma lógica
Tento imprimir meu riso
Tão cedo, logo alcance
Somos dois em dias que vem e que vão
São incógnitas de uma só vida
Que tenderei a me lançar
Nua, destemida, voando sem razão
Apenas sendo
Essência cega
Asas quebrada de um pássaro
A tentar se consertar

Da esperança que me cerca
Vislumbro à mesa uma candeia
Sua luz a iluminar
Meus escritos em formas de versos
Que me ponho a recitar
Vou tentar bater as asas
Vai que um dia sigo o voo
Essa é hora de dizer...
Sou o que quiser ser!






Nenhum comentário:

Postar um comentário