domingo, 30 de outubro de 2016

contato

Quando escrevo não me remeto a razão
Vontade nenhuma de ser positivista
Tento ser "essência cega"
Assim que chamo
Algo que forma-se ao acaso, pela existência
Como diriam os existencialistas

Meio poeta, meio ciência
Ora emoção, ora razão

Somos também determinados fortemente
Biologia, genética, cognição, interação
Definir as categorias
Variável importante

Escrever funciona
É homeostático
Deve-se ter congruência
Para isso...
Basta existir

Ser o que se quer
Sem esperar sentada
Só pra ver se vai dar certo

[...]

É tentar
Encontrar-se...
É contato!


em forma de poesia

Alguns vivem suas essências de forma prévia
Outros com tamanha intensidade
Prefiro o segundo
Não aprecio
Mente vazia, relegado ao nada
Senso de morte e perda da existência
Volto-me para o lado dos palhaços
Dos sem lenços, sem documentos
Que voam, vivem, fixam-se
Restituem-se
Sua configuração
Intencionalidade da consciência
Infinita de ser eu
De ser você
De sermos todos nós
Em corpo, mente e espírito
Essência vagante
Atras de algo
Que na existência revela-se

Essência pura

Sobre a liberdade que nos recai
Só tenho a pedir
Que se sustente por muito tempo
Vivo momentos absurdamente espontâneos
Como era antes...
Sem essência prévia
Apenas permitindo o vir a ser

Coisa boa essa
De olhar sem se ver
Apenas sendo
Essência pura
Se desvelando do acaso

E do acaso se faz o agora
Tão singelo como o moço da adaga
De certa forma existindo
Mantém controle e rispidez
Assim observando sua existência desmedida
Provocando-a
Dilacerando-a

Certos dias que vão em formas de letras fecundas
Paridas pelo som da noite
Em que entramos e saímos 
Destemidos e contentes
Ao som de um bom blues
Inconstantes, talvez
Mas congruentes

Temo me abster de uma lógica
Tento imprimir meu riso
Tão cedo, logo alcance
Somos dois em dias que vem e que vão
São incógnitas de uma só vida
Que tenderei a me lançar
Nua, destemida, voando sem razão
Apenas sendo
Essência cega
Asas quebrada de um pássaro
A tentar se consertar

Da esperança que me cerca
Vislumbro à mesa uma candeia
Sua luz a iluminar
Meus escritos em formas de versos
Que me ponho a recitar
Vou tentar bater as asas
Vai que um dia sigo o voo
Essa é hora de dizer...
Sou o que quiser ser!






quarta-feira, 26 de outubro de 2016

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Dualidade

                             

O ser é o mesmo ser que não é
A dualidade
Polaridades de um mesmo fenômeno
Peso e Medidas iguais
A ontologia dessa dialética
Se instala apelo acaso da experiência

Só há luz na ausência de escuridão
A beleza é ausência da feiura
Então, sob essa ótica existencial
A leveza é mesmo insustentável
Só há alguém quando não há vazio
E por essa imersão
Somos muitos sem nós mesmos

De que vale a angústia?
Só há doença se não houver saúde
Saúde mental é sinônimo de positividade
Mas ter esperança é também um ponto de vista
Só é positivo quem não é negativo
Mas são apenas polaridades

Eu escolho ser otimista
Otimismo não esse de pensar sem razão
É observar as incongruências de maneira natural
Vejo mesmo algo de fantástico nas contradições
Sou mesmo essência cega
Desapega muitas vezes
Outras percebo-me em letras e poesias
Meio desconexas, às vezes
Outras de pura intensidade 

Não me resta muito
Se não deleitar-me em dias de sol
Que se esvaem em meio à esse caos instalado
Política, religião, guerras, preconceitos
Nunca foram tão contraditórias
As ideologias impostas nunca foram tão descaradas
Hoje, só não enxerga quem não sabe ler
Então por isso... não seja incoerente!!!