quinta-feira, 12 de abril de 2012

Química!

Só emoção não preenche a razão da existência, tem que ter química para desestruturar as substâncias, a composição da matéria e a variação da energia que neste momento encontram-se no ócio e hibernando sozinho na Antártida.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Debate filosófico


Estava lendo um livro quando me deparei com a leitura das minhas próprias experiências, escritas por um cara que nem se quer conheço, mas que parecia-me familiar.
Um debate científico, uma perspectiva existencialista, em que pude perceber que alguém tinha ido além dessa guerrinha chata entre as correntes epistemológicas do conhecimento.
Bom, sempre fui contra esse blábláblá chatão, mas ando mais p. ainda porque tem uns alunos que conheço que só porque se dizem marxistas acreditam que as lutas de classes e o materialismo dialético respondem a todas as questões da humanidade e desvelam a essência de todos os grupos sociais, ou seja, o acúmulo de bens.
São todos um bando de puxa saco que precisam se afirmar iguais a seus orientadores para se mostrarem um aluno exemplar. Um pela saco, de verdade! Eu juro, demoro pra ficar p. da vida desse jeito, mas já tá ficando um saco isso.
Bom, que a teoria teve e ainda tem seu valor não duvido afinal as lutas de classes, mesmo que veladas estão aí, mas dizer que respondem a todos os problemas da humanidade é ser muito megalomaníaco.
Não é nada específico contra ao Marxismo, dei como exemplo apenas por causa dessas figurinhas lá do PPGEO.
Continua...
Precisaram separar as ciências exatas das humanas, mas, a princípio era apenas por uma questão didática. Necessidade de poder repassar com mais clareza o conhecimento. Afinal, Pitágoras, foi matemático e filósofo, qual o mal nisso?
Porém, alguns fazem questão de afirmar que as Ciências Humanas não podem ser consideradas ciência, pois a ciência é quantitativa, exata, medida, aparente.
Já a Ciência Humana é poesia, é o pouco provável, aquilo que só enxergamos quando alterados conscientemente, ou seja, pura dedução.
Mas, quem disse que poesia e arte não são ciência?
Aquele que canta, versa sobre o concreto e o não concreto, pois este último é obra do humano também, a imaginação, a loucura.
Aquele que escreve traça em seu caderno palavras soltas no acaso, tecendo no abstrato o pouco provável, justificando assim seu amor, o inalcançável entendimento daquilo que observa, almeja.
Mas, se é abstrato, faz parte da consciência, dar qualidade a algo considerado em si mesmo, portanto, é processo psicológico. Desta forma, podemos dizer que existe, mesmo que não representado de forma aparente.
Pois, se não, anularia a ideia da existência do ar, dos sonhos, não conceberíamos o amor, pois não os vemos.
Espaço físico, espaço geográfico.
Espaço físico é esse do relevo, das montanhas, dos rios e mares, dos instrumentos, das máquinas e de toda paisagem estável que constitui o espaço.
Já o espaço geográfico é, tão somente, o mesmo espaço físico, mas em movimento sociais, ideais e representados a partir e pelo homem.
É, então, o espaço da moça ao sentir o cheiro da vegetação e já reconhece seu lugar, pois é justamente o cheiro que desperta sua memória para a lembrança da sua casa, do que lhe pertence.
Espaço do caboclo que ao comandar seu barco, sem bússolas ou mapas, chega onde gostaria e se orgulha em dizer que o que aprendeu foi a perceber as curvas sinuosas dos rios movimentados pelas encostas que a delineiam que já não saem da sua memória, os mapas mentais, que a experiência, e somente ela, os ensinou.
Experiência essa conduzida pelo crivo da inteligência e da essência, esta última, em primazia, pois liga este homem à sua terra, fazendo dos dois um só.
Lembrança que excede a razão e precede ao sentimento.
Desta forma, me remeto as palavras de Eric Dardel 1952,
"Presença, presença, insistente, quase inoportuna, sob o jogo alternado das sombras e da luz, a linguagem do geógrafo sem esforço transforma-se na do poeta. Linguagem direta, transparente, que fala sem dificuldade à imaginação, bem melhor, sem dúvida, que o discurso objetivo do erudito, porque ela transcreve fielmente o texto traçado sobre o solo (DARDEL, 1952)."
“Sempre espontaneamente, a experiência geográfica, tão profunda e tão simples, convida o homem a dar à realidade geográfica um tipo de animação e de fisionomia em que ele revê suas experiências humana, interior ou social” (ibidem).
O que aprendi é que antes de fazer ciência o homem experiência o mundo para depois categorizá-lo. O espaço não é somente geométrico, é abstrato, pois só existe porque alguém o concebe valor e realidade. Se não, não teria nem esse nome de “espaço geográfico”.
Nas palavras do próprio Dardel, o homem concebe a terra através de “uma visão primitiva que o saber em seguida vem ajustar (ibidem)"
Desta forma, somos pretenciosos pra caralho em acharmos que nós somos qualquer coisa a mais que meros organismos biológicos adaptados e programados para pensar e se achar mais que tudo nessa vida!!!